terça-feira, 31 de maio de 2011


Suflê de Chuchu - De Luís Fernando Veríssimo



Houve uma grande comoção em casa com o primeiro telefonema da Duda, à pagar, de Paris. O primeiro telefonema desde que ela embarcara, mochila nas costas (a Duda, que em casa não levantava nem a sua roupa do chão!), na Varig, contra a vontade do pai e da mãe. Você nunca saiu de casa sozinha, minha filha! Você não sabe uma palavra de francês! Vou e pronto. E fora. E agora, depois de semanas de aflição, de "onde anda essa menina?", de "você não devia ter deixado, Eurico!", vinha o primeiro sinal de vida. Da Duda, de Paris.

-Minha filha...


- Não posso falar muito, mãe. Como é que se faz café?


- O quê?


- Café, café. Como é que se faz?


-Não sei, minha filha. Com água, com... Mas onde é que você está, Duda?


- Estou trabalhando de "au pair" num apartamento. Ih, não posso falar mais. Eles estão chegando. Depois eu ligo. Tchau!


O pai quis saber detalhes. Onde ela estava morando?


- Falou alguma coisa sobre "opér".


- Deve ser "ópera". O francês dela não melhorou...


Dias depois, outra ligação. Apressada como a primeira. A Duda queria saber como se mudava fralda. Por um momento, a mãe teve um pensamento louco. A Duda teve um filho de um francês! Não, que bobagem, não dava tempo. Por que você quer saber, minha filha?


- Rápido, mãe. A criança tá borrada!


Ninguém em casa podia imaginar a Duda trocando fraldas. Ela, que tinha nojo quando o irmão menor espirrava.


- Pobre criança... - comentou o pai.


Finalmente, um telefonema sem pressa da Duda. Os patrões tinham saído, o cagão estava dormindo, ela podia contar o que estava lhe acontecendo. "Au pair" era empregada, faz-tudo. E ela fazia tudo na casa. A princípio tivera alguma dificuldade com os aparelhos. Nunca notara antes, por exemplo, que o aspirador de pó precisava ser ligado numa tomada. Mas agora estava uma opér "formidable". E Duda enfatizara a pronúncia francesa. "Formida-ble". Os patrões a adoravam. E ela tinha prometido que na semana seguinte prepararia uma autêntica feijoada brasileira para eles e alguns amigos.


- Mas, Duda, você sabe fazer feijoada?


- Era sobre isso que eu queria falar com você, mãe. Pra começar, como é que se faz arroz?


A mãe mal pôde esperar o telefonema que a Duda lhe prometera, no dia seguinte ao da feijoada.


- Como foi, minha filha. Conta!


- Formidable! Um sucesso. Para o próximo jantar, vou preparar aquela sua moqueca.


- Pegue o peixe... - começou a mãe, animadíssima.


A moqueca também foi um sucesso. Duda contou que uma das amigas da sua patroa fora atrás dela, na cozinha, e cochichara uma proposta no seu ouvido: o dobro do que ela ganhava ali para ser opér na sua casa. Pelo menos fora isso que ela entendera. Mas Duda não pretendia deixar seus patrões. Eles eram uns amores. Iam ajudá-la a regularizar a sua situação na França. Daquele jeito, disse Duda a sua mãe, ela tão cedo não voltava ao Brasil.
É preciso compreender, portanto, o que se passava no coração da mãe quando a Duda telefonou para saber como era a sua receita de suflê de chuchu. Quase não usavam o chuchu na França, e a Duda dissera a seus patrões que suflê de chuchu era um prato típico brasileiro e sua receita era passada de geração a geração na floresta onde o chuchu, inclusive, era considerado afrodisíaco. Coração de mãe é um pouco como as Caraíbas. Ventos se cruzam, correntes se chocam, é uma área de tumultos naturais. A própria dona daquele coração não saberia descrever os vários impulsos que o percorreram no segundo que precedeu sua decisão de dar à filha a receita errada, a receita de um fracasso. De um lado o desejo de que a filha fizesse bonito e também - por que não admitir? -uma certa curiosidade com a repercussão do seu suflê de chuchu na terra, afinal, dos suflês, do outro o medo de que a filha nunca mais voltasse, que a Duda se consagrasse como a melhor opér da Europa e não voltasse nunca mais. Todo o destino num suflê. A mãe deu a receita errada. Com o coração apertado. Proporções grotescamente deformadas. A receita de uma bomba.


Passaram-se dias, semanas, sem uma notícia da Duda. A mãe imaginando o pior. Casais intoxicados. Jantar em Paris acaba no hospital. Brasileira presa. Prato selvagem enluta famílias, receita infernal atribuída à mãe de trabalhadora clandestina, Interpol mobilizada. Ou imaginando a chegada de Duda em casa, desiludida com sua aventura parisiense, sua carreira de opér encerrada sem glória, mas pronta para tentar outra vez o vestibular.
O que veio foi outro telefonema da Duda, um mês depois. Apressada de novo. No fundo, o som de bongôs e maracas.


- Mãe, pergunta pró pai como é a letra de Cubanacã! -Minha filha...


- Pergunta, é do tempo dele. Rápido que eu preciso pro meu número.


Também houve um certo conflito no coração do pai, quando ouviu a pergunta. Arrá, ela sempre fizera pouco do seu gosto musical e agora precisava dele. Mas o segundo impulso venceu:


- Diz pra essa menina voltar pra casa. JÁ!
Nome da peça: Suflê de chuchu
Nome do grupo: Comédia
Nomes dos anlunos e personagens: Jeane R. (filha), Rodrigo S. Camargo (pai) e Yara D. (mãe)
Fala dos personagens: Informal
Tema: Relações entre pais e filhos

A Novata

Sandrinha nunca esqueceu o seu primeiro dia na redação. Os olhares que

recebeu quando se encaminhou para a mesa do editor. De curiosidade. De
superioridade. Ou apenas de indiferença. Do editor não recebeu olhar algum.
- Quem é você? - ele perguntou, sem levantar a cabeça. Sandrinha se
identificou.
- Ah, a novata - disse ele. - Você deve ser das boas. Recém formada e já
botaram a trabalhar comigo. Você sabe o que a espera?
- Bem, eu...
- Esqueça tudo o que aprendeu na escola. Isto aqui é a linha de frente do
jornalismo moderno. Aqui você tem que ter coragem. Garra. Instinto. Você
acha que tem tudo isso?
- Acho que sim.
Ele a olhou pela primeira vez. Seu sorriso era cruel.
- É o que veremos - disse. - já vi muita gente quebrar a cara aqui. Desistir e
pedir transferência para a crônica policial. É preciso ter estômago. Você tem
estômago?
- Tenho. Ele gritou:
- Dalva!
Uma mulher aproximou-se da mesa. Tinha a cara de quem já viu tudo na vida
e gostou de muito pouco. O editor perguntou:
- Você já pegou o Rudi?
- Estou indo agora.
- Leve ela.
Dalva olhou para Sandra como se tivesse acabado de tira-la do nariz. Voltou
a olhar para o editor.
- Não sei, chefe. O Rudi...
- Quero ver do que ela é feita.
- Está bem.
Antes de saírem, Dalva perguntou para Sandra:
- Que equipamento você usa?
Sandra mostrou o que tinha dentro da bolsa. Dalva mostrou
o seu.
- Certo. Vamos sincronizar gravadores. Testando. Um, dois, três...
As duas aproximaram-se da porta do apartamento de Rudi. Antes de bater na
porta, a veterana avisou:
- Chegue para trás.
De dentro do apartamento veio uma voz assustada.
- Quem é?
- Abra!
A porta entreabriu-se. Rudi espiou para fora. Dalva empurrou a porta ao
mesmo tempo que tirava o gravador da bolsa. Sandra a seguiu para dentro do
apartamento. Rudi
recuou.
- Isto é invasão de privacidade! - gritou.
- Quieto! Prepare-se para falar, Rudi. E lembre-se: tudo que você disser pode
ser usado na edição de domingo.
- Não vou dizer nada.
Dalva forçou-o a sentar. O gravador já estava a milímetros da sua boca.
- Ah, vai - disse Dalva. - Vai dizer tudo. Loção de barba!
- Ahn... "Animal", de Givenchy!
- Cuecas justas ou tipo short?
- Justas.
- De que loja?
- Não tenho uma loja favorita.
- Pense melhor, Rudi.
- Está bem. A "Papoulas".
- Sua cor favorita.
- Verde. Não! Azul!
- Vamos, Rudi. É verde ou é azul?
- Azul, azul!
- Quem você levaria para uma ilha deserta?
- Não sei. Me deixem pensar.
- "Pensar'", Rudi? "Pensar"?! Você acha que está respondendo para o
suplemento cultural? Vamos, quem você levaria para uma ilha deserta?
Dalva registrou com surpresa que Sandrinha é que fizera a pergunta
Rudi respondeu.
- A minha mãe. Não. A Malu Mader.
- Qual delas?
- Não pode ser as duas?
- Você sabe que não, Rudi. Estamos perdendo tempo. Quem? - A Malu
Mader.
- Pasta de dente.
- Crest.
- Seu livro de cabeceira.
- Kalil Gibran.
- Maior emoção.
- Foi, foi... Quando minha cadela "Tutsi" teve filhotinhos.
- Prato preferido?
- Não sei. Não sei!
- Sabe sim.
- Picadinho de carne com ovo.
- Sua filosofia.
- Viver e deixar viver.
- Se você não fosse você, quem gostaria de ser?
- 0... o...
- Estamos esperando!
- O Gerald Thomas ou o padre Marcelo Rossi!
- Qual dos dois?
- Fale!
Agora Sandrinha também tinha seu microfone perto da boca de Rudi.
- O padre Marcelo Rossi!
Rudi começou a soluçar. Ás duas se olharam. Dalva permitiu-se um sorriso.
- Você é boa, novata. Acho que vai se dar bem neste trabalho...
- Obrigada.
Mas Sandra não tinha terminado.
- Não pense que acabou ainda, Rudi. Sabonete!



- Nome da peça: A Novata
- Nome do Grupo: LJR
- Nome dos Alunos e personagens: Lúbia (Sandrinha),Rafaela (Editor), Juliana (Dalva)
-Tema: Primeiro dia em uma redação de jornal
- Fala dos personagens: informal

- Foto:

Pode Acontecer

Pode Acontecer

Pode acontecer o seguinte. As revelações sobre o envolvimento de figuras do
governo passado em crimes e escândalos chegam a ponto crítico. Civis e
militares de graduação inimaginável vêem-se na iminência não de ir para a
cadeia, o que contraria os hábitos brasileiros, mas de serem expostos como
corruptos, torturadores, etc. O que, sei lá, seria chato. Os protestos contra
"revanchismo" não adiantam. É preciso agir para deter a torrente de
denúncias que ameaça destruir, na sua fúria persecutória, tudo o que o regime
passado deixou de bom. Como, por exemplo, o, a... hm. Bem, é preciso agir.
O golpe é decidido num telefonema no meio da noite. Falam em código.
- Alô, Mão em Cumbuca? Boca na Botija.
- Fala, Boca.
- Tudo certo para amanhã?
- Tudo
- Tem certeza?
-Tenho. Houve resistência, mas o argumento de que até o Antônio Carlos
está nas mãos dos comunistas foi decisivo. A maioria aderiu.
- Quer dizer que...
- Lá vamos nós outra vez.
- Será que não há mesmo outro jeito?
Bem, se você quer ver nos jornais a história de como você roubava material
do seu gabinete para vender...
- Ssssh!
- Nunca entendi. Você não se contentava com seu salário de 5 mil reais
- Sssshh!
- Tinha que vender os clipes de papel?!
- E você? E você?
- O que que tem eu?
- o cabaré no porão do Juvenal
- Ssshhh!
- Bom, agora não adianta ficar lamentando. O importante é que ninguém
descubra. Como está no plano?
- Não pode falhar. Cercaremos o Congresso. Os congressistas se renderão.
Usando os congressistas como reféns, exigiremos a capitulação do governo e
das forças Juvenal akele credino.
- Uma vez no poder, censuraremos a imprensa. De novo.
- Exato.
-Boa sorte, Mão!
- Certo, Boca.
  No dia seguinte.
- Alô, Mão em Cumbuca?
- Não tem ninguém aqui com esse codinome.
- Já vi que não deu certo seu plano de fuga.
- É.
-O que houve?
- Atacamos o Congresso. Fomos direto ao cerne da democracia. Cercamos o
prédio. Entramos para render os congressistas.
- E?
- E não encontramos ninguém!
-
O que?!
- Bom, para não dizer que não tinha ninguém, tinha uma taquígrafa.
Pensamos em usá-la como refém mas acabamos desistindo.
- Assim não dá!
- É. É impossível golpear as instituições se elas não estão onde deviam estar!
- O que vamos fazer agora, Mão?
- Eu se fosse você dava o fora do país, Boca.
- E de onde você pensa que eu estou falando, Mão?





Informações




Nome do grupo: Boys

Nome da peça: Pode Acontecer

Alunos: John Cleber, Anderson dinucci e wendel soares

Personagens: John cleber (Editor) Anderson dinucci ( mão na cumbuca) Wendel Soares (boca na butija)




Tema: Dois homens falando sobre um plano contra o congresso
 
Ambiente: Quartos escuros com telefones
 
Tempo: Noite

Fala dos personagens:Informal


Situação social: Sobre um plano contra o congresso


Tipo de narrador: foco narrativo em 1° Pessoa

Autor: Luíz Fernando Verissímo

Foto.








 



segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Foto
Foi numa festa de família, dessas de fim de ano. Já que o bisavô estava morre
não morre, decidiram tirar uma fotografia de toda a família reunida, talvez
pela última vez. A bisa e o bisa sentados, filhos, filhas, noras, genros e netos
em volta, bisnetos na frente, esparramados pelo chão. Castelo, o dono da
câmara, comandou a pose, depois tirou o olho do visor e ofereceu a câmara a
quem ia tirar a fotografia. Mas quem ia tirar a fotografia?
- Tira você mesmo, ué.
- Ah, é? E eu não saio na foto?
O Castelo era o genro mais velho. O primeiro genro. O que sustentava os
velhos. Tinha que estar na fotografia.
- Tiro eu - disse o marido da Bitinha. - Você fica aqui - comandou a Bitinha.
Havia uma certa resistência ao marido da Bitinha na família. A Bitinha,
orgulhosa, insistia para que o marido reagisse. "Não deixa eles te
humilharem, Mário Cesar", dizia sempre. O Mário Cesar ficou firme onde
estava, do lado da mulher. A própria Bitinha fez a sugestão maldosa:
- Acho que quem deve tirar é o Dudu...
O Dudu era o filho mais novo de Andradina, uma das noras, casada com o
Luiz Olavo. Havia a suspeita, nunca claramente anunciada, de que não fosse
filho do Luiz Olavo.
O Dudu se prontificou a tirar a fotografia, mas a Andradina segurou o filho.
- Só faltava essa, o Dudu não sair. E agora?
- Pô, Castelo. Você disse que essa câmara só faltava falar. E não tem nem
timer!
O Castelo impávido. Tinham ciúmes dele. Porque ele tinha um Santana do
ano. Porque comprara a câmara num duty free da Europa. Aliás, o apelido
dele entre os outros era "Dutifri", mas ele não sabia.
- Revezamento - sugeriu alguém. - Cada genro bate uma foto em que ele não
aparece, e...
A idéia foi sepultada em protestos. Tinha que ser toda a família reunida em
volta da bisa. Foi quando o próprio bisa se ergueu, caminhou decididamente
até o Castelo e arrancou a câmara da sua mão. - Dá aqui.
- Mas seu Domício... - Vai pra lá e fica quieto.
- Papai, o senhor tem que sair na foto. Senão não tem sentido! - Eu fico
implícito - disse o velho, já com o olho no visor. E antes que houvesse mais
protestos, acionou a câmara, tirou a foto e foi dormir.

O Ator


 O homem chega em casa, abre a porta e é recebido pela mulher e os dois filhos, alegremente. Distribui beijos entre todos, pergunta o que há para jantar e dirige-se para o seu quarto. Vai tomar um banho, trocar de roupa e preparar-se para algumas horas de sossego na frente da televisão antes de dormir. Quando está abrindo a porta do seu quarto, ouve uma voz que grita:
- Corta!
O homem olha em volta, atônito. Descobre que sua casa não é uma casa, é um cenário. Vem alguém e tira o jornal e a pasta das suas mãos. Uma mulher vem ver se a sua maquiagem está bem e põe um pouco de pó no seu nariz. Aproxima-se um homem com um script na mão dizendo que ele errou uma das falas na hora de beijar as crianças.
- O que é isso? - pergunta o homem. - Quem são vocês? O que estão fazendo dentro da minha casa? Que luzes são essas?
- O que, enlouqueceu? - pergunta o diretor. - Vamos ter que repetir a cena. Eu sei que você está cansado, mas...
- Estou cansado, sim senhor. Quero tomar meu banho e botar meu pijama. Saiam da minha casa. Não sei quem são vocês, mas saiam todos! Saiam! O diretor fica parado de boca aberta. Toda a equipe fica em silêncio, olhando para o ator. Finalmente o diretor levanta a mão e diz:
- Tudo bem, pessoal. Deve ser estafa. Vamos parar um pouquinho e...
- Estafa coisa nenhuma! Estou na minha casa, com a minha... A minha família! O que vocês fizeram com ela? Minha mulher! Os meus filhos! O homem sai correndo entre os fios e os refletores, à procura da família. O diretor e um assistente tentam segurá-lo. E então ouve-se uma voz que grita:
- Corta!
Aproxima-se outro homem com um script na mão descobre que o cenário, na verdade, é um cenário. O homem com um script na mão diz:
- Está bom, mas acho que você precisa ser mais convincente.
- quem é você?
- Como, quem sou eu? Eu sou o diretor. Vamos refazer esta cena. Você tem que transmitir melhor o desespero do personagem. Ele chega em casa e descobre que sua casa não é uma casa, é um cenário. Descobre que está no meio de um filme. Não entende nada.
- Eu não entendo...
- Fica desconcertado. Não sabe se enlouqueceu ou não.
- Eu devo estar louco. Isto não pode estar acontecendo. Onde está minha
mulher? Os meus filhos? A minha casa?
- Assim está melhor. Mas espere até começarmos a rodar. Volte para a sua
marca. Atenção, luzes...
- Mas que marca? Eu não sou personagem nenhum. Eu sou eu! Ninguém me dirige. Eu estou na minha própria casa, dizendo as minhas próprias falas...
- Boa, boa. Você está fugindo um pouco do script, mas está bom.
- Que script? Não tem script nenhum. Eu digo o que quiser. Isto não é um filme. E mais, se é um filme, é uma porcaria de filme. Isto é simbolismo,ultrapassado. Essa de que o mundo é um palco, que tudo foi predeterminado, que não somos mais do que atores... Porcaria!
- Boa, boa. Está convincente. Mas espere começar a filmar. Atenção...
O homem agarra o diretor pela frente da camisa.
- Você não vai filmar nada! Está ouvindo? Nada! Saia da minha casa.
O diretor tenta livrar-se. Os dois rolam pelo chão. Nisto ouvese uma voz que grita:
- Corta!



Informações

Nome da peça(conto): O Ator
Nome dos Alunos e personagens: Ellen (Diretor), Daniel (homem), Valeska (mulher)
Tema:Gravação de um filme

Fala dos personagens: informal
Nome do Grupo: Iluminar

Ambiente: Num cenário para gravação

Tipo de Narrador: Foco narrativo em 3° pessoa, onisciente

Autor: Luís Fernando Veríssimo



Livro: Comédias para se ler na escola



DRAMATIZAÇÃO

O Ator
 Daniel (rubrica/ chega em casa, abre a porta e é recebido pela mulher
, alegremente. Distribui beijos entre ela, pergunta o que há para
jantar e dirige-se para o seu quarto. Vai tomar um banho, trocar de roupa e
preparar-se para algumas horas de sossego na frente da televisão antes de
dormir). Quando está abrindo a porta do seu quarto, ouve uma voz que grita:
- Corta!
Daniel (olha em volta, atônito. Descobre que sua casa não é uma casa, é
um cenário). Vem alguém(Valeska) e tira o jornal e a pasta das suas mãos. Ellen
vem ver se a sua maquiagem está bem e põe um pouco de pó no seu nariz.
Aproxima-se Valeska com um script na mão dizendo que ele errou uma
das falas na hora de beijar a mulher.
- O que é isso? - pergunta  Daniel. - Quem são vocês? O que estão fazendo
dentro da minha casa? Que luzes são essas?
- O que, enlouqueceu? - pergunta Valeska. - Vamos ter que repetir a cena.
Eu sei que você está cansado, mas...
- Estou cansado, sim senhora. Quero tomar meu banho e botar meu pijama.
Saiam da minha casa. Não sei quem são vocês, mas saiam todos! Saiam!
O diretor fica parado de boca aberta. Toda a equipe fica em silêncio, olhando
para Daniel. Finalmente a diretora Valeska levanta a mão e diz:
- Tudo bem, pessoal. Deve ser estafa. Vamos parar um pouquinho e...
- Estafa coisa nenhuma! Estou na minha casa, com a minha... A minha
esposa! O que vocês fizeram com ela? Minha mulher!
Daniel sai correndo entre os fios e os refletores, à procura da mulher.A
Diretora Valeska tenta segurá-lo. E então ouve-se uma voz que grita:
- Corta!
Aproxima-se outra mulher(Ellen) com um script na mão descobre que o cenário, na
verdade, é um cenário. A mulher(Ellen) com um script na mão diz:
- Está bom, mas acho que você precisa ser mais convincente.
- quem é você?
- Como, quem sou eu? Eu sou a diretora(Ellen). Vamos refazer esta cena. Você tem
que transmitir melhor o desespero do personagem. Ele chega em casa e
descobre que sua casa não é uma casa, é um cenário. Descobre que está no
meio de um filme. Não entende nada.
- Eu não entendo...
- Fica desconcertado. Não sabe se enlouqueceu ou não.
- Eu devo estar louco. Isto não pode estar acontecendo. Onde está minha
mulher? A minha casa?
- Assim está melhor. Mas espere até começarmos a rodar. Volte para a sua
marca. Atenção, luzes...
- Mas que marca? Eu não sou personagem nenhum. Eu sou eu! Ninguém me
dirige. Eu estou na minha própria casa, dizendo as minhas próprias falas...
- Boa, boa. Você está fugindo um pouco do script, mas está bom.
- Que script? Não tem script nenhum. Eu digo o que quiser. Isto não é um
filme. E mais, se é um filme,
é uma porcaria de filme. Isto é simbolismo,ultrapassado. Essa de que o
mundo é um palco, que tudo foi predeterminado, que não somos mais do que
atores... Porcaria!
- Boa, boa. Está convincente. Mas espere começar a filmar. Atenção...
Daniel agarra a diretora(Ellen) pela frente da camisa.
- Você não vai filmar nada! Está ouvindo? Nada! Saia da minha casa.
A diretora (Ellen) tenta livrar-se. Os dois rolam pelo chão. Nisto ouve-se uma voz que
grita:
- Corta!
Fim

ROTEIRO DA PEÇA!

Daniel: Chega em casa e cumprimenta sua mulher (Ellen).
Valeska: Você errou uma das falas na hora de falar com sua mulher.
Daniel: O que é isso? Quem são vocês? O que estão fazendo? Que luzes são essas?
Valeska: O que, enlouqueceu? Vamos ter que repetir a cena. Eu sei que você está cansado, mas...
Daniel: Estou cansado sim senhora. Quero tomar meu banho e botar meu pijama. Saiam da minha casa. Não sei quem são vocês, mas saiam todos! Saiam!
Valeska: Tudo bem. Deve ser cansaço. Vamos parar um pouquinho e ...
Daniel: Cansaço coisa nenhuma. Estou na minha casa, com a minha... A minha esposa! O que vocÊs fizera com ela? Minha mulher!
Valeska segura Daniel que sai a procura de sua mulher... e ouve uma voz que grita:
- Corta!
Ellen se aproxima com um script na mão e diz:
- Está bom, mas acho que você precisa ser mais convincente.
Daniel: Quem é você?
Ellen: Como quem sou eu? Eu sou a diretora. Vamos refazer esta cena. Você tem que transmitir melhor o desespero.
Daniel: Eu devo estar louco. Isto não pode estar acontecendo. Onde está minha mulher? A minha casa?
Ellen: Assim está melhor. Mas espere até começarmos a rodar. volte para sua marca. Atenção, luzes...
Daniel: Mas que marca? Eu não sou personagem nenhum. Eu sou eu! Ninguém me dirige.Eu estou na minha própria casa, dizendo as minhas próprias falas..
Ellen: Boa, boa. Você está fugindo um pouco do script, mas está bom.
Daniel: Que script? Não tem nenhum script. Eu digo o que quizer. Isto não é um filme. E mais, se é um filme, é uma porcaria de filme. Isto é simbolismo, ultrapassado. Essa que o mundo é um palco, que tudo foi predeterminado, que não somos mais que atores...Porcaria!
Ellen: Boa, boa. Está convincente, mas espere até eu começar a gravar! Atenção...
Daniel agarra Ellen pela blusa e diz:
- Você não vai filmar nada! Está ouvindo? Nada! Saia da minha casa.
Ellen tenta se livrar...
Nisto ouve-se uma voz que grita:
- Corta!!

Fim!

REUNIÃO E ENSAIO DO GRUPO



Lendo o roteiro!!



Discutindo as falas dos personagens!!



Enasiando as falas!




Parte final:  Ensaiando a peça!

APRESENTAÇÃO DA PEÇA

RELATÓRIO FINAL
Nossa apresentação foi um sucesso;
Conseguimos cumprir com todas as partes passadas pela  professora;
Na hora da apresentação da peça teatral estávamos nervosos, mas conseguimos superar;
Tiramos 4,0(nota máxima) em nossa apresentação;
Gostamos muito e foi uma grande experiência para nosso grupo.