terça-feira, 31 de maio de 2011

Pode Acontecer

Pode Acontecer

Pode acontecer o seguinte. As revelações sobre o envolvimento de figuras do
governo passado em crimes e escândalos chegam a ponto crítico. Civis e
militares de graduação inimaginável vêem-se na iminência não de ir para a
cadeia, o que contraria os hábitos brasileiros, mas de serem expostos como
corruptos, torturadores, etc. O que, sei lá, seria chato. Os protestos contra
"revanchismo" não adiantam. É preciso agir para deter a torrente de
denúncias que ameaça destruir, na sua fúria persecutória, tudo o que o regime
passado deixou de bom. Como, por exemplo, o, a... hm. Bem, é preciso agir.
O golpe é decidido num telefonema no meio da noite. Falam em código.
- Alô, Mão em Cumbuca? Boca na Botija.
- Fala, Boca.
- Tudo certo para amanhã?
- Tudo
- Tem certeza?
-Tenho. Houve resistência, mas o argumento de que até o Antônio Carlos
está nas mãos dos comunistas foi decisivo. A maioria aderiu.
- Quer dizer que...
- Lá vamos nós outra vez.
- Será que não há mesmo outro jeito?
Bem, se você quer ver nos jornais a história de como você roubava material
do seu gabinete para vender...
- Ssssh!
- Nunca entendi. Você não se contentava com seu salário de 5 mil reais
- Sssshh!
- Tinha que vender os clipes de papel?!
- E você? E você?
- O que que tem eu?
- o cabaré no porão do Juvenal
- Ssshhh!
- Bom, agora não adianta ficar lamentando. O importante é que ninguém
descubra. Como está no plano?
- Não pode falhar. Cercaremos o Congresso. Os congressistas se renderão.
Usando os congressistas como reféns, exigiremos a capitulação do governo e
das forças Juvenal akele credino.
- Uma vez no poder, censuraremos a imprensa. De novo.
- Exato.
-Boa sorte, Mão!
- Certo, Boca.
  No dia seguinte.
- Alô, Mão em Cumbuca?
- Não tem ninguém aqui com esse codinome.
- Já vi que não deu certo seu plano de fuga.
- É.
-O que houve?
- Atacamos o Congresso. Fomos direto ao cerne da democracia. Cercamos o
prédio. Entramos para render os congressistas.
- E?
- E não encontramos ninguém!
-
O que?!
- Bom, para não dizer que não tinha ninguém, tinha uma taquígrafa.
Pensamos em usá-la como refém mas acabamos desistindo.
- Assim não dá!
- É. É impossível golpear as instituições se elas não estão onde deviam estar!
- O que vamos fazer agora, Mão?
- Eu se fosse você dava o fora do país, Boca.
- E de onde você pensa que eu estou falando, Mão?





Informações




Nome do grupo: Boys

Nome da peça: Pode Acontecer

Alunos: John Cleber, Anderson dinucci e wendel soares

Personagens: John cleber (Editor) Anderson dinucci ( mão na cumbuca) Wendel Soares (boca na butija)




Tema: Dois homens falando sobre um plano contra o congresso
 
Ambiente: Quartos escuros com telefones
 
Tempo: Noite

Fala dos personagens:Informal


Situação social: Sobre um plano contra o congresso


Tipo de narrador: foco narrativo em 1° Pessoa

Autor: Luíz Fernando Verissímo

Foto.








 



2 comentários:

  1. PODE ACONTECER
    Nome do grupo?
    Tema?; ambiente; situação social; tempo; tipo de narrador?
    Favor o grupo completar todos os itens que faltam.

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  2. sobre a primeira parte: completar o plano (que plano?)
    o restante completo. ok!
    nota: 3,5
    prof. lucia

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