Humanismo
Teatro de Gil Vicente
Gil Vicente é considerado o primeiro grande dramaturgo português. Não se sabe ao certo a data de seu nascimento, mas estima-se que tenha sido por volta do ano de 1466. Geralmente é considerado o pai do teatro português. Além de ter sido um grande representante do teatro, desempenhou também tarefas de ator, músico e encenador.
Sua obra é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento. Gil faz uma reflexão sobre as regras e padrões presentes na hierarquia e na ordem social e na mudança dessa ordem. Foi o principal representante da literatura renascentista portuguesa, incorporando elementos populares na sua escrita.
Foi um homem ligado ao medievalismo e ao humanismo, ou seja, um homem que pensa em Deus mais exalta também o homem livre.
O Autor critica em sua obra, toda a sociedade de seu tempo, desde os membros das mais altas classes sociais até os das mais baixas. Faz crítica também aos membros que corrompem a Igreja.
Seus personagens ilustram a sociedade da época, com suas aspirações, seus vícios e seus dramas. Geralmente aparecem em sua obra através de sua ocupação ou traço social, sendo raramente chamados pelo nome.
Colocou em cenas fatos e situações que revelam a degradação dos costumes, como a imoralidade dos frades e a corrupção no seio da família.
A linguagem é o veículo que Gil melhor explora para conseguir efeitos cômicos ou poéticos. Suas peças, escritas sempre em versos incorporam trocadilhos, ditos populares e expressões típicas de cada classe social.
A estrutura cênica do teatro vicentino apresenta enredos muito simples.
Gil Vicente não segue a lei das três unidades básicas do teatro clássico. Em sua obra está presente o confronto entre o teocentrismo e o antropocentrismo.
Suas obras podem ser divididas em três fases diferentes:
1ª fase:
- Temas Religiosos
2ª fase:
- Problemas sociais decorrentes da expansão marítima
3ª fase:
- maturidade artística
Sua obra teatral pode ser didaticamente dividida em dois tipos:
Autos: peças teatrais de assunto religioso ou profano; sério ou cômico.
Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar ou de difundir a fé cristã.
Farsas: são peças cômicas de um só ato, com enredo curto e poucas personagens extraídas do cotidiano.
Sua obra completa contém aproximadamente 44 peças.
Sua obra é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento. Gil faz uma reflexão sobre as regras e padrões presentes na hierarquia e na ordem social e na mudança dessa ordem. Foi o principal representante da literatura renascentista portuguesa, incorporando elementos populares na sua escrita.
Foi um homem ligado ao medievalismo e ao humanismo, ou seja, um homem que pensa em Deus mais exalta também o homem livre.
O Autor critica em sua obra, toda a sociedade de seu tempo, desde os membros das mais altas classes sociais até os das mais baixas. Faz crítica também aos membros que corrompem a Igreja.
Seus personagens ilustram a sociedade da época, com suas aspirações, seus vícios e seus dramas. Geralmente aparecem em sua obra através de sua ocupação ou traço social, sendo raramente chamados pelo nome.
Colocou em cenas fatos e situações que revelam a degradação dos costumes, como a imoralidade dos frades e a corrupção no seio da família.
A linguagem é o veículo que Gil melhor explora para conseguir efeitos cômicos ou poéticos. Suas peças, escritas sempre em versos incorporam trocadilhos, ditos populares e expressões típicas de cada classe social.
A estrutura cênica do teatro vicentino apresenta enredos muito simples.
Gil Vicente não segue a lei das três unidades básicas do teatro clássico. Em sua obra está presente o confronto entre o teocentrismo e o antropocentrismo.
Suas obras podem ser divididas em três fases diferentes:
1ª fase:
- Temas Religiosos
2ª fase:
- Problemas sociais decorrentes da expansão marítima
3ª fase:
- maturidade artística
Sua obra teatral pode ser didaticamente dividida em dois tipos:
Autos: peças teatrais de assunto religioso ou profano; sério ou cômico.
Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar ou de difundir a fé cristã.
Farsas: são peças cômicas de um só ato, com enredo curto e poucas personagens extraídas do cotidiano.
Sua obra completa contém aproximadamente 44 peças.
A Farsa de Inês Pereira
Auto de Inês Pereira. Feito por Gil Vicente, representado ao muito alto e muito poderoso rei dom João o terceiro, no seu convento de Tomar.
Era do Senhor de 1523.
O seu argumento é um exemplo comum que dizem: mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube.
As figuras são as seguintes: Inês Pereira, sua Mãe, Lianor Vaz, Pero Marques, dois judeus um chamado Latão e outro Vidal, um Escudeiro com um seu Moço, um Ermitão.
Entra logo Inês Pereira e finge que está lavrando só em casa, e canta esta cantiga:
Inês Pereira
Quien con veros pena y muere
qué hará cuando no os viere?
Falado:
Renego deste lavrar
e do primeiro que o usou
ao diabo que o eu dou
5
que tam mau é de aturar.
Oh Jesu que enfadamento
e que raiva e que tormento
que cegueira e que canseira.
Eu hei de buscar maneira
10
dalgum outro aviamento.
Coitada assi hei de estar
encerrada nesta casa
como panela sem asa
que sempre está num lugar.
Era do Senhor de 1523.
O seu argumento é um exemplo comum que dizem: mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube.
As figuras são as seguintes: Inês Pereira, sua Mãe, Lianor Vaz, Pero Marques, dois judeus um chamado Latão e outro Vidal, um Escudeiro com um seu Moço, um Ermitão.
Entra logo Inês Pereira e finge que está lavrando só em casa, e canta esta cantiga:
Inês Pereira
Quien con veros pena y muere
qué hará cuando no os viere?
Falado:
Renego deste lavrar
e do primeiro que o usou
ao diabo que o eu dou
5
que tam mau é de aturar.
Oh Jesu que enfadamento
e que raiva e que tormento
que cegueira e que canseira.
Eu hei de buscar maneira
10
dalgum outro aviamento.
Coitada assi hei de estar
encerrada nesta casa
como panela sem asa
que sempre está num lugar.
490
e trazei-me essa senhora.
Inês Pereira
Tudo é nada enfim.
Vidal
Esperai, aguardai ora.
Soubemos dum escudeiro
de feição de atafoneiro
495
que virá logo essora.
Que fala e como ora fala
estrogirá esta sala
e tange e como ora tange
alcança quanto abrange
500
e se preza bem da gala.
Vem o Escudeiro com seu Moço, que lhe traz uma viola, e diz falando só:
Escudeiro
Se esta senhora é tal
como os judeus ma gabaram
certo os anjos a pintaram
e nam pode ser i al.
1135
com duas lousas.
Pero Marques
Pois assi se fazem as cousas.
Inês Pereira
Bem sabedes vós marido
quanto vos quero
sempre fostes percebido
1140
pera cervo.
Agora vos tomou o demo
com duas lousas.
Pero Marques
Pois assi se fazem as cousas.
1144
E assi se vão e se acaba o dito auto.
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